terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O Parto!!!



Chega dia 30 e nada de sinal. No dia seguinte a Taé sairia de férias e me levaria ao hospital fazer mais um cardiotoco. Temperei minha carne de ano novo e fui dormir.
De madrugada sinto uma espécie de cólica e já sabia que era O sinal! Sim, trabalho de parto!
Peguei o celular, coloquei o fone, comecei a ouvir rádio e anotar os intervalos, que eram bem irregulares e de mais ou menos uma hora.
O Rafa acordou bem depois e eu contei, ele ficou contente. Amanhecendo fui no quarto da minha avó e ligamos para Taé. Ela me pegou e fomos ao hospital.
Chegando lá fui atendida e informaram que não tinham vagas, se eu precisasse ficar internada eles iam transferir. O médico examinou e constatou o trabalho de parto, mas com apenas 2 dedos de dilatação! Eba! Fomos para casa (não queria ser encaminhada pra onde ELES quisessem).
As dores estavam controláveis nos intervalos, quando ela vinha já era de perder o humor.
Voltamos pra casa. Minha mãe já em casa. Todos na expectativa. Já tinhamos feito as ligações, até para o Bonete. E eu preocupada com a minha carne, ninguém saberia fazê-la direito, e já estava temperada não dava nem pra congelar... paciência!
Falei com a Leila (que me ajudou DEMAIS na gravidez toda, de todas as maneiras), e ela e o Emilson falaram par eu ir para o Amparo Maternal quando estivesse com intervalo de 3 em 3 minutos.
Não estava mais aguentando ficar na sala e nem podia pensar em comer. Fui tentar deitar.
As dores vinham e eu já transpirava, já estava muito difícil de aguentar.
Levantei, tomei banho e parecia que piorava. Ia pro vaso (posição de dor de barriga) e nada de melhorar. Bolsa de água quente. Eu me virava do avesso, rolava de dor. Estava começando a perder o controle, estava com medo de enlouquecer de dor. Liguei pra Leila e falei isso, ela me ensinou a sábia lição de deixar a dor vir, senti-la chegando e depois diminuindo. De nada adianta tentar despista-la, nada consegue mascarar tamanha dor, melhor senti-la! "Retomei o controle" e quando me dei conta elas estavam de 3 em 3 minutos!
Coloquei uma roupa, avisei a Taé, peguei uma água, encontramos ainda a Leila no portão (que veio continuar ajudando) e lá fomos nós rumo ao Amparo Maternal.
O caminho eu nem consigo lembrar, foi rapidíssimo (graças a Deus). Chegando lá entrei sem minha bolsa e fui ser examinada.
Que difícil é falar com o médico no meio da contração!!! Quatro dedos de dilatação, já me mandaram direto pro pré parto! Eram umas 5h da tarde e quando reclamei da dor o médico me disse pra ficar calma que só nasceria na virada, que era mais ou menos 1h pra cada dedo de dilatação. Meu medo estava aumentando!
Chegando no pré parto me perguntaram quem eu gostaria que ficasse comigo, eu chamei o Rafael e logo ele chegou.
As dores aumentando, o Rafael, já preocupado com tanta dor que eu sentia, nem falava (ainda bem), só uma hora que chorou. Eu corria de quatro na maca, ficava indo no banheiro, falando, pedindo remédios, ajuda, conselhos, dicas.... qualquer coisa. Queria buscopan e a Cida (enfermeira obstetra) me falou que não adiantava. E daí, eu acredito o efeito placebo! Disse eu na hora. Queria algo em que me apoiar.
A Cida, já cansada das minhas idas ao banheiro (me tirava de lá sempre) me vem com um papo de estourar minha bolsa, e já avisou que iam aumentar as dores e encurtar o intervalo (era agora que enlouqueceria!), antes de eu poder falar que isso seria muito pra mim vem aquela "agulha de tricô" e sinto um monte de líquido quente! Agora pronto não poderia nem mais sair da cama.
A Cida constata 6 cm de dilatação, me avisa que não posso fazer força e saí.
Quando de repente uma força começou a ser feita, meu Deus, eu como sou super obediente sabia que não podia fazer força, mas não conseguia controlar. Gritei pro Rafael chamar a Cida e ele envergonhado de ter que chamá-la pela milésima vez. Quando ela chega, já me explicando que eu tinha que ter calma, só nasceria dali a horas, etc.... examina e se surpreende com 9 cm de dilatação! NOVE! E ainda disse que a força era ela, a Sofia querendo nascer!
Me mandou fazer força e saiu novamente. O que? Eu estava tão atordoada que achei que eu faria meu parto, fazia força e ficava com a mão para pega-la, rsrsrs. O Rafael estava perdido tb, não sabia como agir.
Pedi pra chamar a Cida de novo, fazer o que?
Aí que ela me explica que a força era pra encaixar apenas, não ia nascer, não eram 10 cm. Melhor assim, né?
Na troca de médicos, pouco antes da 7h da noite, a Dra Ariene chega e começa a perguntar dos casos pra Cida pra poder assumir as pacientes. A Cida pede pra começar por mim que era um caso de uma evolução muito rápida, na hora que a médica examina, pede para eu fazer uma força e fala: "Vamos pra sala de parto!"
Fiquei eufórica! Sentei na cadeira de rodas com medo de amassar a cabecinha do meu bb, chegamos rapidinho, sentei na super cadeira de parto, segurei no apoio e começamos o parto. Fiz poucas forças e ela já disse que estava quase, mandava respirar e eu nem queria, só falava "vamos lá". Gritei, doeu, me rasgou em 2 lugares sem anestesia, mas rapidamente ouço o chorinho mais lindo do mundo, a Dra põe ela na minha barriga e vejo que ela é LINDA DEMAIS! Confesso que nem esperava ter um bebê RN tão lindo. E eu estava tão feliz. As contrações não vinham mais (ALELUIA), minha filha perfeita e eu havia enfrentado o temido parto normal. Que orgulho! Logo eu, que morro de medo de tudo, até de uma cólica.
Isso tudo 7h da noite, em ponto!
Fui para o pós parto, morta de sede, fome e cansada, mas poderia sair pulando, não tinha mais dores!!!!
O Rafael ligou pra minha família. Todos muito felizes. A Taé e minha mãe foram buscar o Rafa e conseguiram ver eu e a Sofia.
Era virada de lua cheia, maternidade lotada! Demoram muito pra levar minha boneca pra mim, me avisaram que ela estava ótima então assim que vagasse uma enfermeira ela me levaria a nenê.
Não consegui nem descansar! Fiquei lá esperando. Chegou o ano novo. O melhor da minha vida. Eu já estava no quarto, sozinha, com mil pensamentos maravilhosos, muito feliz! Que entrada de ano perfeita: minha filha nascida saudável, linda, perfeita. Eu sem dor, orgulhosa de mim mesma ao superar meu medo e passar pelo parto normal! E a promessa de um ano de muita felicidade e amor!
A meia noite e meia eu levante (contra as ordem) e fui procurar minha filha, queria que ela mamasse, poxa!
Avisaram que ela já ia subir e que era para eu toma banho com alguma enfermeira. Senti um pouco de dor no banho, mas estava muito bem disposta.
Saí e vi um bb tomando banho, já reconheci minha Sofia. Ela estava chorando, assim que comecei a falar minha nenê parou.
Pronto, nessa hora meus sonhos se tornaram realidade! Minha filha nos meus braços. Troquei sua roupa e amamentei! Parecia que nós duas já tinhamos experiência nisso.
Ela dormiu.... eu não! Fiquei venerando minha querida preciosidade!
Todos foram na maternidade, tudo era festa, mas eu não recebi NENHUM feliz ano novo, acreditam???
Ninguém lembrou, a euforia pela Sofia era tanta que o reveillon ficou pequeno.

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